Memórias 382 Muitas vezes penso o texto a partir das imagens como em o DISCURSO DAS IMAGENS

09.01.2019

Penso que a imagem pode ser bem mais do que ela mostra nos jornais, revistas e mesmo na TV. Como nunca é questionada ela é só uma espécie de lixo visual em grande quantidade! Ou seja, uma soma infinita de aberrações! Me lembro que quando tive a revista Fatos e Fotos pela primeira vez nas mãos fiquei perplexo com a mesmice das imagens e foi o que me levou a pensar em cortar as imagens e tentar fazer colagens. Primeiro como continuação da pintura como terapia e anos depois como restauração responsável das das imagens do país. Muitas foram dadas aos amigos, aos analistas e muitas foram roubadas. Claro que os ladrões não devolvem. Que as enfiem no furico! Eu penso na desumanização das imagens e do olhar e eles ladrões em algum lucro possível um dia. Ainda assim são ladrões de galinha. Não entendem nada do que seja o real valor de uma anti-imagem. As colagens são um pouco isso: vítimas do progresso a qualquer preço! Progresso que vende tudo indo da bunda artificialmente levantada de alguma vedetnha da TV, ao político burro e despreparado. E tudo um pouco com um show para as imagens. Das colagens para o cinema foi um pulo pequeno. Décadas depois de alguns longas e curtas uso-as nas imagens cinematográficas. E muitas vezes penso o texto a partir das imagens como em "O DISCURSO DAS IMAGENS" ou mesmo "NOSSAS IMAGENS". Faço-as, olho-as muito durante a madrugada, medito e escrevo. Nos curtas penso muito em Walter Benjamin, Chris Marker como em Godard. Desde a virada do milênio penso num curta sobre o Quarto de Van Gogh". Já lá se vão quase duas décadas e só consegui fazer uma série de colagens. Já o texto que eu amo escrever, tá difícil de sair. Na criação honesta lida-se com brancos e silêncios que não se consegue explicar! Eu os assumo sempre! Mas sei que tentei trazer à tona um cinema diferente com respeito pelo espectador sim! Não o quis esquecido ou mesmo abrutalhado. Quis sempre ressuscitar um pensamento mais elaborado sem ser forçar a barra. O QI baixo dos censores do passado elogiavam a qualidade dos filmes e os interditava por verem na maluquice deles, que havia propaganda subliminar anarquista! Tá no livro do Inimá Simões sobre a censura nos anos de chumbo! Triste. Luiz Rosemberg Filho/RÔ PS- OS DOIS CURTAS CITADOS ESTÃO NO YOU TUBE NA MINHA PÁGINA.