Memórias 370 "Sonhei um sonho"

31.12.2018

Diante da vida sem esperança alguma o cinema perde o seu espaço crítico necessário. Bem, só se fala em torturar, trair, perseguir, censurar e se necessário até matar! Isso já se viveu durante 21 anos e não resolveu nada. Por que resolveria agora? É justo? Faz sentido? E o humano lado da vida? Vale dizer que não se vive de passados, mas de presentes! E se o passado não mais pode ser mudado, o presente sim! É o presente que nos conduzirá ou não ao futuro. E por que não ser conduzidos por encontros, gozos e afetos? Tocar num corpo nu vivo é sim um desdobramento poético de muitos infinitos e cores. Resta-nos sim vivê-los! E mais além amo o Erotismo sensível no cinema. O que seria dessa civilização da bomba e da fome se todos tivessem direito de comer, sonhar, criar e gozar? O que interessa ao processo de criação um país armado? Experiência de afetos não seriam mais ricos? É preciso respeitar o pensamento. o saber, a história, a criança, os velhos, a mulher, o negro, o índio, o homem... Insisto na necessidade das palavras e do gozo! Não se vai ressuscitar os muitos que morreram lutando por um mundo melhor, mas pode-se pensá-los não? Que o poder não goste é um direito questionável, mas não pode perseguir ou mesmo proibir. Menos ainda censurar. É preciso que se entenda que não existe um só caminho, mas muitos. Cada um que siga o seu criando um mundo melhor! Estamos saturados de golpes, traições e decadências. E tudo orquestrado por ser "humanos" velhos de um tempo já sem futuro. Ou seja, não mais a vida passada em vão mas a lânguida vulva molhada e melada. Depois a língua deslizando sobre o corpo ainda tremendo pos gozo. A observação do corpo nu pedindo um abraço. Como dizia o poeta: "sonhei um Sonho!" Fujamos sim do empobrecimento e da repetição. Repetição que serve ao poder, não ao prazer! Todo poder que necessita se afirmar com violência e espetáculo, já nasce morto. Então que a vida não seja para ninguém uma história só de perdas e dores, mas de encontros, criatividade e gozos infinitos! Apesar do feio da nossa triste política, é o que eu desejo para todos seres humanos do bem em 2019! (P/Kate Hansen) Luiz Rosemberg Filho/RÔ

Kate Hansen