Memórias 50 A música no cinema
Vivo muito a música em tudo que faço na vida! Indo de Johann Sebastian Bach a Jards Macalé. Nunca ouço a música de mercado, pois é sim um conceito escorregadio de comércio vulgar! Gosto do aperfeiçoamento da sensibilidade de quem faz, para quem ouve. Mas, nem elitismo, nem populismo mas sim um compromisso com forte luz das ideias. Luz antiestablishment . A música como personagem crítico como queria Brecht, de determinadas sequências que são oferecidas ao pensamento do espectador. O ser ou não ser das muita dúvidas na construção de um filme diferente, atuando na opacidade épica das imagens produzidas nessa nossa civilização surreal de quadrilhas no atual poder do país! Foi-se a luz da liberdade, do encontro e do amor! Lida-se com uma hierarquização na produção do lixo, como válvula de segurança para que nada seja mudado. Digamos que na música popular fora os grandes musicais de Hollywood e o jazz, eu sempre amei Kurt Weill, Nino Rota, Giovanni Fusco, Michel Legrand e o nosso talentoso Guilherme Vaz. Sobre todos se poderia escrever muitos livros. Infelizmente só sou admirador, e não conhecedor profundo dos cinco gênios da música para o cinema. Também não se pode esquecer aqui Tom Jobim e Sergio Ricardo. Em música o Brasil bate de mil na sua política de matança dos sonhos. Atributos nefastos atribuídos a regimes fascistas! Digamos que o interessante da música no cinema, é ela ser atemporal e na sua grandeza ser também um personagem libertário pois substitui deus! Não é vista como uma imagem, mas é ouvida pois é composta por seres humanos palpáveis! Enfim, uma iniciação a música no cinema, seria para o saber uma procura da maturidade completada com a poesia de sons elucidativos de uma verdadeira história nova! Histórias que até podem ser contadas pela música como no cinema de Sergio Ricardo! E por que não? (P/ João Arthur) Luiz Rosemberg Filho/Rô