Memórias 16 Censura

07.01.2018

Proibir o que seja que vem da alma e dos afetos era, e é uma imundice obscena da moralidade/imoral dos que se acham donos da verdade e do poder! Não censuraram só a mim mas Tonacci, Glauber, Joaquim Pedro…A lista era longa. A censura sempre foi o monstro fecal da democracia! Fedia mas foi sempre poder! Mas…o que adiantou proibir tantos e tantos filmes? Pouco tempo depois passaram todos! Ora, ninguém é culpado por pensar ou amar diferente. Faz parte da formação humana de um povo. A excêntrica pessoa do censor sempre foi patética pois nunca se justificou proibir seja lá o que for. Menos ainda pensamentos e afetos! Ficar na história como censor, é sim sinal de pequenez. Quem traz saber e afeto queiram ou não é um deus como Prometeu! E como bem dizia o filósofo alemão: ” -e vi uma grande tristeza cair sobre os homens. Os melhores cansaram-se de suas obras”. Mas em benefício de quê? Do desprezo pela criação, pelo humano e pelo gozo? Como se deu tanto espaço a hipocrisia? Desonra nunca foi criar, e sim dificultar como fazem os ratos da burocracia, ou proibir que sempre foi uma espécie de censura velada. É assustador que o avesso da criação seja a censura! Ousaria até dizer que a sua dureza sem esperança alguma de liberdade, venha sim da moral/imoral religiosa como uma eterna praga da história! Agora mais em moda do que nunca. Digamos que é uma voz burra do poder que nunca suportou as profundezas da criação, dos afetos e da liberdade dos sonhos vividos ao vivo. Censores são burocratas preparados para impedirem o outro de sonhar, viver e gozar muito. Sonhar, viver e gozar foram sempre respostas proibidas nas artimanhas do fascismo! Triste. O Brasil merecia e merece um ser humano mais qualificado e humano. 1964 continua? Não foram 21 anos de atraso? Pensem! (Para minha querida atriz e amiga LUCIANA FRÓES)