Memórias 19 Sobre a política

08.01.2018

Nos anos 50/60 quando descobri a importância da política na cultura acreditava que a política fosse um espaço/sagrado do pensamento, da reflexão, do estudo e de aproximações humanas e afetivas. Imaginemos isso como expressão, em um outro tempo que não fosse esse nosso só pautado no mal-estar de todos! E no lugar da animalidade feroz de quadrilhas de ladrões, a sensibilidade como referência. Não ficariam dez! Ou seja, a política deveria ser mais importante que tudo, até mesmo mais viva que a religião, pois dela depende a vida de todos. De 4 em 4 anos vai-se lá votar em medíocres marionetes perversos iguais, ou parecidos. O eleitor vota para que o político apenas aumente seus impostos (vejam aí a dupla podre Temer/Crivella), o use em manifestação partidárias e roube o máximo que puder do dinheiro público. Bem sei que tudo é política. Mas os políticos e partidos vagabundos representam os valores da política? Evidentemente que não pois são só uma triste representação de bufões saídos das preciosas páginas de Molière, Goldoni ou Martins Pena. Morro de vergonha ao vê-los falar na TV, sobre tudo como se fossem sérios e profundos, e não equiparados a porcos, ratos e urubus! Claro que um ou outro podem até se salvar. Mas a maioria fede já na imagem! A mídia os defende na desmoralização da política. Ora, que consistência tem os tantos discursos que nada dizem? Hegemônico e triunfante o país vai afundando pelo não conhecimento real do que seja uma democracia. Como bem diz Antonio Negri e Félix Guattari em as suas “Verdades Nômades”: “O Estado não passa de um monstro frio, um vampiro em agonia interminável que extrai a sua vitalidade daqueles que se abandonam aos seus simulacros. A nova erradicação da democracia em 2016, volta a ser o elemento moderador das diversas figuras da opressão…” Volta a não se querer serenidade, paz e generosidade que servem de essência de uma verdadeira democracia. E o que fazer da vivência criativa do gozo/gozar e do humano? Como dar frutos nobres no meio de tanta podridão política? E que numa acumulação de horrores odeiam a cultura, o pensamento e o saber. E como alternativa a um Estado não criativo, a santificação bufa da religião como razão artificial do insucesso do que eles entendem como democracia. Ou só o prazer egóico de preenchimento da estupidez como dissimulação de uma outra história de proporções mais humanas.