Memórias 43 Tudo e todos acabam domesticados ao mercado

22.01.2018

Somos obrigados todos os dias a suportar o lixo político, na perpetuação do HORROR! Não só o horror dos muitos discursos que nada dizem, como das imagens parasitarias de autoridades sempre sorridentes! O país atravessa seguramente um dos seus piores momentos sem riqueza humana alguma na política. Monstros tentam desfigurar o mínimo de DEMOCRACIA conquistada. Resta saber se faz algum sentido esvaziar o Brasil de tudo, menos da volta a fome gritante e a miséria. A inumanidade tornou-se a linguagem dominante na política, de seres pequenos e medíocres, querendo ser vendidos ou vistos como grandes! Na verdade o sonho dessa gentalha é sim uma Auschwitz continental dirigida por seres recalcados. Claro que o cinema fica aí como uma grande e constante regressão ao capital! Bem, sempre reparei muito os rostos das pessoas dentro dos cinemas. Rostos que vão da doçura a lembranças de passados. Ora, por que estão ali? O que esperam encontrar? O pequeno ser humano diante do telão, torna-se um número rentável: 100, 300, 1000… Em ordem, sentados tornam-se infinitos a serem tocados ou não pela linguagem das imagens. Hoje diz-se uma busca de encantamento ou sentido. E muitas vezes a complexidade do infinito dá sono. Nesse espaço para quem faz sagrado, os jovens namoram e os velhos dormem na cidade dos sonhos. Quantas coisas pensadas podem ser ditas? O espectador é sim um movimento a ser tocado e descoberto. Não é sinônimo de simplicidade, mas de complexidade. Chegar nele de maneira baixa e hipócrita como faz a TV, ou o cineminha de mercado é fácil! Digamos que o mercado vende ao país que o público não gosta de pensar, e só não o chama de burro pois precisa do seu dinheiro! E o país onde fica? Não fica, some! Na lógica do capital o que vale é a “nota” como uma perspectiva divina. Segundo o pensamento político atual, é preciso fazer desaparecer a individualidade para tornar visível a ordem e o progresso. Está até na bandeira! Ou seja, o espectador é só o grau inferior da sua não dimensão política. Sua vontade é reduzida ou manipulada, a este ou aquele espetáculo moldado nas imagens do ocupante. Tudo e todos acabam domesticados ao mercado a guisa do sucesso tão incubado na mente de todos! E o realizador se não faz sucesso, vira demônio! (Para Celia Freitas pelo seu aniversário hoje!) Luiz Rosemberg Filho/Rô