Memórias 45 É preciso que haja homens e mulheres de cultura no poder !

22.01.2018

O infinito atraso voltou a reinar no Brasil, como se fôssemos mesmo um republiqueta das Bananas. A tradição dominante do horror tornou-se a razão de ser da relação do poder com tudo e todos! Trump lá, e Temer aqui voltam a tentar uma universalização do fascismo como uma história da imitação de passados. Passados que não deram certo, mas que voltam sempre a se repetir nas frágeis democracias! Espaços onde a inexpressividade reina de ponta a ponta. Dos discursos sem conteúdo humano algum, as imagens comuns de história alguma. Mas…e onde fica o belo, a criação e o verdadeiro? Oculta-se ou proíbem. Já não se viveu isso por 21 anos? Ou seja, o Estado segue sendo uma estranheza no mundo do cinema. Permanece sendo um real prolongamento da velha censura dos Anos de Chumbo. Banalizador por princípio, só deixa filmar os velhos e novos puxa-sacos, que são muitos! Mas digamos que o leitmotiv da sua existência daninha, é sim a burocracia aliada ao poder que sempre odiou o pensamento e o saber. E repetindo: ressalte-se nele o fascismo agora em moda no mundo, e aqui! Devidamente domesticados fomos da gestualidade circense do atual governo, “a vanguarda do atraso”. Ora, por que cineastas como Geraldo Veloso, Joel Yamaji, Paulo Augusto Gomes, Sergio Santeiro, Renata Saraceni, Fabio Carvalho… não filmam com verbas do Estado? Resposta: se antes a ilusão de um cinema industrial burro vinha pela via da pornochanchada, hoje vem pelas comédias idiotas da Globo Filmes. Mas alguma diferença entre elas? A modalidade de sustentação industrial/cultural é a mesma: um esvaziamento real do pensamento e da linguagem. Nada de levantar ou problematizar contradições onde o fértil é só o dinheiro incrustado no pensamento e na alma. Subjetividade para quê? – pensam os burocratas. O “cine-olho” já era! O negócio é a atualidade da bundinha da gatinha de “Malhação”, na comédia pornô-chic de algum safadão! Quem sabe não acaba levando um Oscar para casa? A questão do Estado no cinema, é sério sim! É preciso que haja homens e mulheres de cultura no poder! E não quadrilhas que só fazem ressuscitar ódios. divisões e fascismos. CHEGA de rebuscamentos, impossibilidades e censuras! O país ainda é solar e comporta espaço para todos. Enfim: morte da burocracia e a volta da DEMOCRACIA! P/ Caio Lazaneo) Luiz Rosemberg Filho/Rô.