Memórias 49 O Brasil tem tudo para ser um continente solar, mas se contenta ........

26.01.2018

 O cinema não é só um ofício pesado do pensar as salas de exibição. Digamos que o trabalho de todos seja sim, uma retomada amorosa da vida. Falo do cinema pensado! Um mergulho profundo no sagrado não religioso, mas tão encantatório quanto. Digamos, sussurradamente muitas conversas com nossos demônios! Movo-me entre sonhos e projetos não realizados, que são muitos. O Brasil tem tudo para ser um continente solar, mas se contenta em ser uma Republiqueta das Bananas! Nossos homens públicos são uma mistura de porcos com urubus da surrada Democracia. Vivem para ROUBAR, e nunca verdadeiramente para o bem estar do país e do povo. Vendo-os em discursos e imagens são sim profissionais da ladroagem com imunidade parlamentar, o que lhes garante continuarem conspirando e roubando. Os alicerces da nossa frágil Democracia, estão sobre pilares feitos de vento! Ênfase a uma classe dominante empenhada na construção de fascismos. E o cinema com tudo isso? Dividido entre suas muitas errâncias tornou-se fútil, insignificante e burocratizado! O burocrata é uma espécie de mercadoria perversa do poder para criar no meio ódios e divisões. Identificado com a MERDA, não tem sensibilidade alguma. E seja lá de que partido for. Todos são iguais! Corrompido pelo não-gozo na vida, é um articulador de labirintos infindáveis no mundo dos papéis, e papelotes malhados. Sempre excessivos na arrogância glorificam as leis, a ordem, suas certezas e a deus, claro! Em 70 anos de vida nunca conheci um burocrata que tivesse dúvida. O herói almofadinha só quer ser cultuado nas festinhas do poder. Quem sabe não acaba Ministrinho da Cultura de um governo inexpressivo e golpista? Dissimuladamente valoriza a divisão entre os puros e os demônios. Sua grande revolução é sim o espetáculo das leis, da ordem, da mesquinharia e da limpeza de um roteiro com 72 ou 82 páginas no mínimo! Um animal desses é capaz de amar? “Dois Casamento$” tinha vinte e poucas páginas. E o “Guerra do Paraguay” umas trinta no máximo. E são longas respeitados! Agem na verdade como censores do processo criativo. Imperceptivelmente impondo suas certezas insignificantes. Já sem a sua grandeza histórica, o cinema brasileiro afunda com a decadência do país. A velha eclosão das muitas revoluções estéticas deu lugar a uma erupção da burrice galopante. Leis e mais leis para a fanfarra na ascensão de fascismos! Mas a quem interessa isso? Ao establishment político das malas de dinheiro no apartamento do Geddel? É preciso que essa estranheza estéril do horror, deixe de existir para sempre!Esse armário está nas nossas costas desde 64! Não dá pra mudar o disco? (P/ Joel Yamaji) Luiz Rosemberg Filho/Rô