Memórias 54 O que nos ensinam a televisão e a religião com suas infinitas palavras e imagens ?

30.01.2018

Como aparece uma ideia criativa no cinema experimental? Pode ser na História como foi a “GUERRA DO PARAGUAY”, numa paisagem como a “CRONICA DE UM INDUSTRIAL”, ou mesmo a partir de um objeto como “O DISCURSO DAS IMAGENS”. Sempre fui muito inspirado pelo rosto das mulheres. Acho-as mobilizadoras do saber, à sua própria liberdade de dessublimizar seu uso pela repressão do capital. Ou seja, não podem virar partidos pois acabam sendo manipuladas por pobres conceitos morais e ideológicos. E infelizmente nada mais empobrecedor que um partido político. Seja lá de que lado for! São caixas registradoras como as religiões e os bancos. Fazem de uma republiqueta cara, multidões de pessoas tensas, famintas, loucas e infelizes! E a ideia vai tomando forma! Formar uma republiqueta das Bananas, e a representação das suas imagens. Não há de ser com as imagens da nossa porca classe política né? O que é bom para a política atual, não é bom para o olhar, e menos ainda para o saber. No fundo tento ir além das muitas imagens da dor. Como essência de um novo pensamento, precisamos inventar um outro país! se possível menos comprometido com a corrupção e o entreguismo galopante. Me recuso a aceitar toda a hipocrisia das certezas do visível como instrumentos de poder e tortura. Ora, o que nos ensina a nossa televisão e a religião com suas infinitas palavras e imagens? Nada. Digamos, é um tempo preenchido pelo horror da TV e a histeria religiosa. Tenaz, o dinheiro se multiplica dos dois lados da moeda! E com o capital, a persuasão do eficaz sintoma “teatral” da fé! Os hipócritas faturam e o povo vê e paga sem questionamento algum. E querem aprofundar sim, um ódio aos que não acreditam em nada depois da vida! Os campos de extermínio de todos os lados já foram esquecidos! Portanto pode-se já voltar a perseguir, proibir e matar se necessário for! E as ideias e imagens servem bem a essa “reprodutibilidade do clichê”. E tais excessos tornam-se aceitos como bom serviços prestados a fé e a pátria! Ou seja, dá-se visibilidade sim, a um real estado policial que evidência um esvaziamento permanente das contradições, das dúvidas e do saber. E o cinema vai ficando cada vez mais pobre e rasteiro. Pena. (Para Sergio Cohn pelo seu aniversário) Luiz Rosemberg Filho/RÔ