Memórias 65 Nosso sonho passou a ser ganhar o Oscar, não mais viver e entender o Brasil

06.02.2018

O sentido da criação oculta-se em mistérios por detrás das nossas muitas certezas. Criar é romper com nosso enraizamento moral na ordem estabelecida sem a presença do humano. No entanto do Pentágono/Hollywood nos vendem bem baratinho guerras, cinema, Trump, tecnologia, automatização e um mundo linear e fluente sem contradição alguma! Mas onde isso é possível? E no cinema a “bomba” chama-se espetacularização de tudo e todos! Mas que tipo de espetáculo? Do caminho mais rápido e fácil que eles entendem como sucesso garantido: a violência! Violência que vende fascismos com rapidez e lucro garantido na ocupação do nosso espaço. Ousaria dizer que enganar o público sempre foi mais fácil. Hollywood soube bem aplicar suas doses cavalares de infertilidade e conformismo do cinema à política. E como extensão do horror/espetáculo votou-se lá em Trump, e aqui em Dória/Crivella, até chegarmos a uma aceitação pacífica do golpe/Temer. E como bem dizia o velho filósofo alemão cultor do pessimismo: “Sufocamos três quartos de nós mesmos para sermos iguais aos outros”. E com isso nosso sonho passou a ser chegar a Hollywood e ganhar o Oscar! Não mais viver e entender o Brasil, e suas tantas contradições: da volta a fome no país aos tantos Golpes de Estado! Golpes para que tudo seja piorado. O que importa é generalizar o espetáculo das nossas muitas favelas as infinitas maracutaias de Brasília! E se a ideologia dominante é a base de tudo, o que se pode esperar do conceito de ocupação e espetáculo? Digamos uma desinformação alienante como metodologia de sons e imagens. Tudo serve à ignorância do ilusionismo barato tipo a nossa porca TV. No cinema ontem como espetáculo da polícia agindo com brutalidade em algum morro da cidade. Hoje num avião sequestrado como espetáculo do espetáculo, na falsificação da história e do cinema! Mas como apropriadamente fala Godard: “No cinema de hoje é a máquina que fala”. Então é só a câmera, o projetor e a caixa registradora. É a morte já tomando todos os espaços da vida, com a sua gramática do sangue! O nosso, né? (P/ Alexandre Dacosta pelo seu aniversário) Luiz Rosemberg Filho/Rô