Memórias 238 Para mim a mulher quando não é vazia nem prepotente é a mais bela obra de arte.
Para mim a Mulher quando não é vazia nem prepotente, é a mais bela obra de arte sobre a terra. Sou movido e motivado por elas. Como imagens vão além de todo e qualquer espaço, mesmo sagrado! E se deus for uma Mulher? Quem pode garantir que é um homem? Como reduzir tudo a uma invenção sem pé nem cabeça? Entra aí o deus Dinheiro! E como dizia o poeta Rilke: "Quem, se eu gritasse, me ouviria entre as hierarquias dos anjos?" Fico então com as Mulheres como salvação, e obras de arte. Melhor assim pois só acredito naquilo que vejo e posso tocar. Também não estou minimamente preocupado se quem nasceu primeiro foi o ovo ou a galinha. Tenho mais o que pensar e fazer. Minha fixação é na beleza, na poesia, nos fluxos das paixões e numa ideia de recuperação do tempo perdido. Dez anos da não-infância e 21 anos de ditadura opressiva e repressiva. Trinta e um anos se deslocando no deserto da imobilidade: o Brasil do vigiar, proibir e punir. Um retorno a uma aliança com a Casa Grande do senhor presidente! Seja lá quem for, é para não mexer em nada! E no que não se vivia e não se vive intensidades, a Mulher e o cinema dão expressão ao inexprimível por palavras, numa real desconstrução de certezas. Disso advém a nova linguagem não-linear do nosso curta LANDSCAPE. Uma linguagem que faz pensar numa lógica da superação das diferenças. Ora Hiroshima e Auschwitz só poderiam ter ocorrido no passado? O senhor Trump e o senhor Temer não ocupam o mesmo espaço da duas tragédias? A volta a miséria e ao horror é o quê? Só falta agora perseguir, proibir e matar. Seus capangas já andam fazendo isso pelo Continente! (P/Ana Nogueira) Luiz Rosemberg Filho/Rô .