Memórias 240 Uma velha questão

Uma velha questão: por que todo o nosso mercado é ocupado pelos rabos e Rambos de Hollywood? É uma doença ou já um mal crônico? A quem pedir socorro? Mas não é um direito termos o nosso próprio espaço? Ou não é mesmo nosso? Gerações e gerações enfrentando os mesmos problemas do passado! Da burocracia não dá pra pedir ajuda pois dela só sai merda pois odeiam responsabilidade, respeito, seriedade e trabalho. E menos ainda criatividade! Bem, nossos queridos exibidores não poderiam ser mais humanos e generosos? Sei que para eles o cinema é só um negócio onde não entra sensibilidade e menos ainda desejo. Mas convenhamos que também não é um mercado de secos e molhados, mas de intensidades associadas ao saber, ao pensar e até a amar. Não se faz um bom filme sem essas três coisas. Mas...e o que ganham nossos queridos exibidores por não gostarem do nosso cinema? Evidentemente que o bom cinema são fantasias e ideias com algum conteúdo. E isso não é bom para os espectadores e para o país? Sei que o imaginário dos sistemas param na religião e na política. São todos devotos de alguma vertente política e religiosa. Mas a religião e a política não acaba virando um bom negócio para poucos? Conversando um dia com Nelson Pereira na velha Cobal, disse-lhe que obrigar o exibidor por lei a passar o cinema brasileiro podia não ser a melhor solução. Mas existiria outra? Ficamos em silêncio sem uma resposta. Penso se não seria possível um entendimento respeitoso e democrático sem ódio de ambos os lados? Entre os que fazem e os que exibem. Afinal não somos todos adultos, sensíveis e humanos? Acreditem que trabalhar com tudo contra é sim um ofício para o Super Homem! E isso é só uma construção de fantasia juvenil. Não seria possível dar ao Brasil um espaço real e democrático para a criação? Se tentou isso com o Curta-Metragem e os próprios exibidores mancomunados com as companhias estrangeiras detonaram com essa riqueza para a formação de bons cineastas. Pois o curta é na verdade a melhor universidade onde você aprende fazendo! Inclusive a teoria. Evidentemente que nem todos os filmes eram bons; mas o não/bons passariam para Vampiros a meia noite na TV, que passaria a ter alguma substância além da sua alienação. Vampiros críticos e pensantes não seria interessante? Dar alguma expressão ao terror que com espaço na grade, poderia até melhorar! Pensem senhores exibidores numa aplicação do entendimento entre todas as partes! Vamos inovar as substâncias dos nossos sonhos! Cinema na veia para todos! É só uma sugestão; a PAZ entre os homens e os negócios. O país ainda comporta uma DEMOCRACIA! Sem Temer né? (P/Igor Cotrim). Luiz Rosemberg Filho/Rô