Memórias 296 É essa ANCINE que vai ressuscitar o cinema brasileiro ?

15.10.2018

Os órgãos públicos ligados ao cinema não sabem nem de longe o que significa fazer um filme sem dinheiro. São burocratas com empreguinho garantido, e bons salários para asfixiar a criação de sons e imagens criativas. Poderiam trabalhar em qualquer lugar onde o dinheiro fosse a ordem dos negócios como um Banco por exemplo. Mas não e nunca num orgão público legado ao cinema! Por outro lado os ricos ou intermediários que botam dinheiro por conta própria, também só pensam em algum tipo de lucro. Pode até ser na quantidade que na qualidade dos produtos! O realizador fica sim entre a merda e o suicídio. Sem dinheiro não se faz nada! Com muito dinheiro em geral faz-se merda para o mercado. Agora, como restituir ao cinema o seu ofício poético de pensar e embelezar a vida? Como detesto os filmes comportadinhos de famílias felizes vou cada vez menos ao cinema. Já vi e vivi coisas melhores e mais ousadas. É essa ANCINE que vai ressuscitar o cinema brasileiro desconsiderando a importância dos curtas metragens e deixando morrer de tristeza o mais importante cineasta brasileiro com notinhas, pontuações e outras besteiras do universo da burocracia? NÃO ACREDITO! A ANCINE parece um banco de ódios, recalques, escândalos, horrores, caretice, inveja, podridão, arrogâncias ilimitadas, hostilidades, fanfarrões, bufões, traíras, desvios, falsidades, feiura, descerebrados, mumificados, desossificados, mongos.... Ou seja, nunca uma empresa ligada ao processo de criação. Já os que investem pouco dinheiro ou a força bruta falta-lhe talento e sensibilidade. Fazem mas passando por cima de tudo sem o menor cuidado ou respeito pela criação. São em geral abrutalhados sem criatividade alguma. Falo de um modo geral e não apontando este ou aquele bufão! Dai não entenderem o que é a criação em estado pleno de poesia e linguagem. Usam a quantidade no número de filmes para se esconderem de algum complexo mal resolvido no passado. Pena. E entre um e outro o realizador de sonhos! Sonhos num país chamado pesadelo! E o que pode o sonho diante da ordem e do sofrimento? Ainda assim tentamos enxergar luz onde impera ininterruptamente a dor e a morte. Penso em Artaud "assassinado" em estado de criação plena. Mas é isso que quer essa nossa civilização da ordem para quem cria? (P/ Thiago Mendonça) Luiz Rosemberg Filho/RÔ

Thiago Mendonça