Memórias 174 Curta X Longa
A legitimidade criativa do curta-metragem é a estupidificação de 98% dos nossos longas de ficção. Não é uma questão de confronto mas de lógica. Longa na maior parte das vezes é clichê, produtor espertinho, espetáculo velho, adequação ao investimento pouco ou muito, escatologia, velharia, ego, paciência, indiferença, sonambulismo, animalidade, besteirada, idiotas, nulidades, podridão, TV, obscuridade, assujeitamentos, opacidade, grana, excentricidades, mistificação, antolhos, medos, pipoca, Coca-Cola, fast-food, pretensão, sucesso, espetáculo, naturalismo, identificação, monstruosidades, burrice… Muitas são as etapas a serem suportadas! Suporta-se mas morre-se em criatividade na valorização ou complacência com o narcisismo de todos. O sistema sabe bem como conduzir o seu exército de boçais! Novos lacaios para a mão direita que é a mão-armada da ordem e do progresso. Se achando transcendental o pequeno burguês de dois neurônios vira diretor de cinema. Neofascista sem saber o que é isso, se realiza na quantidade! É sim o percurso narcísico da cumplicidade com o mundo da mercadoria. Já o curta é sim a negação de todo esse lixo conservador. O Curta é a imagem que uma vez sentida ou descoberta, PENSA! Determina uma personalidade ao saber. Saber para ser melhor como ser humano. No longa trai-se com facilidade num amesquinhamento e burrice. No Curta sofistica-se a linguagem. “GUERRAS”, “AS ÚLTIMAS IMAGENS DE TEBAS”, “O DISCURSO DAS IMAGENS”, “TRABALHO”, “GOZO/GOZAR”, “LANDSCAPE”… Tenho orgulho desses trabalhos todos eles feitos e vividos com pessoas muito queridas, expressivas e ousadas. Amei-as e amo-as! Como amo também Analu Prestes, Ana Miranda, Olivia Zismman, Luciana Froes, Ana Abbott… Partituras focadas na fascinação de Dionísio! Deusas da vastidão dos encontros, encantos e afetos. Por essa razão sou grato a todas e a todos! Ou seja, que se volte a pontuar e respeitar o Curta-Metragem! O Curta é mais importante que todas as escolas de cinema. E digo isso como realizador de longas e curtas. Precisa falar mais? (P/ Goebel Weyne, onde estiver) Luiz Rosemberg Filho/Rô