Memórias 376 O país do amanhã por fim virou o país de ontem

05.01.2019

Nada é neutro como querem a força nos fazer crer. Como afirmar que um texto, uma imagem ou uma aula são neutros? Isso não existe. Também hierarquizar prioridades na formação do indivíduo é acreditar em Papai Noel. Aprende-se sim nos livros, na vida e também nas relações vivas e vidas. Bem, agora vivem do elogio da técnica que vendem como neutra! A técnica que tenta agir sobre a história, a memória e mesmo sobre as relações humanas. E na verdade trabalha-se sobre a necessidade da perda da memória. Ou seja, é preciso um mundo sem passado e sem história onde o sadismo forma pessoas, sonhos e mesmo o mundo das imagens. Querem um "saber" brutal e imobilizante formando guerreiros e não seres humanos capazes e afetuosos. Indo um pouco além o que se pode esperar? Perseguições, torturas, ódios e até mortes. Viramos o milênio ainda falando nessas punições primitivas? Por acaso voltamos ao estado animal? Reflexões para que se não se superou o recalque da burrice e do ódio ? O poder é sim só uma promessa de HORRORES! Ganha-se o que com isso? O que se ganhou com duas bombas atômicas sobre o Japão? Ganha-se o que com o abestalhado senhor Trump? Não éramos vendidos como o "país do futuro"? Futuro que nunca chega e estamos nos afastando do conceito de civilização. "O Brasil invade a si mesmo" numa invasão de burrismo! Nós imaginávamos que tínhamos um país-Continental , e na verdade temos um grande cemitério de sonhos que não deram certo. E não era o socialismo que aqui nunca existiu, mas sim o de deixarmos de ser um povo colonizado. Nossa postura imperialista segue viva e atuante desde a guerra ou o morticínio da guerra do Paraguay. Glauber me dizia que essa guerra tinha acabado em meia quatro. Não. Ela vem até hoje. Infelizmente ele morreu e não viu o que se vive hoje no país. Nós comemos uns aos outros como animais sem saber algum! O retrocesso é a feiura a ser seguida. Da mesma maneira que rejeitamos o socialismo que ninguém sabe o que é no Brasil, rejeitamos Bach, Djanira, Shakespeare, Brecht, Godard... Investe-se pesadamente na rigidez cadavérica do trágico imobilismo como se o Brasil fosse uma lata de lixo! Como virou isso? Virou sim um país de fachada.Temos tudo e ao mesmo tempo não temos nada. Ou seja, a impressão que fica é que conhecemos como se constrói o nada, e até gozamos com ele. Talvez seja um novo tipo de negócio entre a colônia e o ocupante! Cá entre nós um insight de jumentos! O país do amanhã por fim virou o país de ontem! Triste e feia empreitada. (P/ Aos não-egóicos do nosso CINEMA) Luiz Rosemberg Filho/RÔ

Aos não-egoícos do nosso CINEMA