Memórias 394 Ouvindo-os tocar, senti como se estivesse redescobrindo o horizonte da alegria

20.01.2019

A complexa criação de sons para palavras pensadas sempre me intrigou. Não sou conhecedor do processo de encantamento da música popular ou mesmo clássica. Mas me deixo levar enraizado na magia dos sons e palavras. Foi o que vivi com três gerações indo da MPB ao rock. Pedro Herzog, seu irmão mais jovem e seu compenetradíssimo filho. Todos três absolutamente ousados e criativos tocando seus violões e cantando no aniversário da matriarca. Ouvindo-os cantar e tocar me deixei levar por uma música para além das muitas tristezas do Brasil atual. A música como acesso a um processo de resistência ao bode político de uma não-Democracia. Jovens que trabalham a música como uma estrutura fundamental de investigação e humor! É o eu sou, tu és e todos podemos ser melhores como seres humanos. A música é um caminho assim como a poesia ou mesmo os encontros e paixões. Tudo pode ser música! A porca opacidade da vida política, a música responde com humor e afeto! Pedro e o irmão cantam e os três tocam maravilhosamente bem com bom humor sempre! E o fio condutor ou a essência é a alegria identificada com uma resistência poético mais abrangente. Ora, no que tentam transformar o Brasil num grande cemitério de aberrações culturais, econômicas e política a música explicita sim uma presença contrária mais nobre de aproximações e afetos. Pedro Herzog, seu irmão e seu filho cantam e tocam para os agentes da alegria. Talvez anjos! Talvez poetas! Talvez sonhos em movimentos. Digamos uma preliminar para o confronto com o mundo adulto, limitado e burro. Um mundo sem configuração humana alguma! Daí a importância da criação seja lá qual for, e da música! Ouvindo-os cantar e tocar da MPB ao rock, me senti como se estivesse redescobrindo o horizonte da alegria! E se o mundo circundante nos nega a sua presença como terapia e resistência, os "meninos" solares se posicionam com a música cantada e tocada como uma constelação cósmica potente e criativa.Vida longa para essa pequena/grande família de músicos talentosos, bem humorados, afetuosos e ousados. O mundo e muito o Brasil precisam de humor/amor e música como envergadura de um futuro mais humano e melhor para todos! (P/ Pedro Herzog) Luiz Rosemberg Filho/RÔ

Pedro Herzog