Pré-memórias 4 SOBRE O QUINTETO DE OURO

20.11.2017

SOBRE O QUINTETO DE OURO: Nelson Dantas, Wilson Grey, Luthero Luis, Otavio Terceiro e Tonico Pereira. Ter trabalhado com esse "QUINTETO" ao longo da vida, foi como visitar o paraíso em dia de festa! Viveram todos os nossos trabalho, em forma de construção simbólica, de paz, relaxamento e bom humor. Tenho boas lembranças das nossas conversas, encontros e ensaios/filmagens. Tenho também muita consideração e amor pelos cinco! Pois foram espaços de privilégio e humor para todos e para mim. Cada qual com a sua experiência, transcendência e riqueza pessoal. Encenar o que fosse com eles, era de certo modo confrontar contradições e intenções nem sempre muito claras. E o encontro era e, ainda é de certo modo com os sobreviventes uma celebração de encantamento e afeto. Nem sempre estávamos filmando bons argumentos como no caso do bem humorado e ousado "O Santo e a Vedete", mas me davam forças para melhorar o roteiro durante as filmagens. Queria tê-los vivido mais, mas a vida acabou para alguns. Ficou o Otavio Terceiro e o Tonico Pereira com os quais acabamos de rodar "Os Príncipes". Através deles gozamos nossa imoral classe patronal de modo puramente bem humorado. Imaginem fazer comédia desses velhos histéricos defendendo os aumentos abusivos de tudo, armas e pena de morte a preço de banana e falando sempre em nome de Deus! Agradeço a confiança desses dois gênios pelo belo e forte filme que fizemos sem ordem ou consentimento da censura da burocracia! Vida longa ao bom humor e a comédia da dupla, pois a tarefa do bom ator é suscitar não elogios fáceis, mas confrontos e contradições.E uma vez em ação diante das objetivas inverter todas as suas certezas em dúvidas complexas do "ser ou não ser" do velho/jovem Hamlet. Amei vê-los com elegância brincando com seus personagens. Mas Voltando ao quinteto, quebraram tanto a rigidez de seus personagens como o círculo vicioso de serem usados como exemplo do nada! Fez-se humor com a moral/imoral de seus discursos vazios. E sempre que acabavam suas cenas riam de felicidade e alegria! Eram sim, sucessíveis mergulhos na precariedade de um capitalismo sem prazer algum. Onde o corpo é só uma máquina de produção de excremento. Pobre né? Tê-los nessa viagem pela criação foi sim lidar com o mel, do que poderia ter sido a vida. Ainda assim deram luxo ao deboche de seus personagens e foram além experimentando gozos e caminhos solares. Queiram ou não o bom humor é terapêutico sim! E meus sinceros comprimentos a esses eternos meninos arteiros, bem humorados e luminosos! LUIZ ROSEMBERG FILHO/RÔ