Pré-memórias 5 Dia da Exibição do nosso "LANDSCAPE" na SEMANA DOS REALIZADORES

21.11.2017

21/11 Dia da Exibição do nosso "LANDSCAPE", na SEMANA DOS REALIZADORES: Como entender o espectador? Qualidade ou mercado? O que o faz pensar? Por que o belo e a poesia tanto os incomoda? espetáculo ou invenção? Ora, imagens não pensadas só na TV e na religião pois são enquadramentos sem expressão plástica alguma, representando no fundo os poderes patronais. Como opor-se com criatividade ao jogo perverso do dinheiro que tudo compra, suja e corrompe? Existe sim, por parte deste governo impopular um caminho de esvaziamento real da cultura! Mas, o que tanto os desgosta na sensibilidade do pensar? Não seria possível serem minimamente humanos, e menos arrogantes? Conviver com as múltiplas direções do saber, já faz parte do encantamento de nações mais avançadas. Por que temos que ser o atraso do atraso? Por acaso vocês odeiam o ser humano que ainda sonha, pensa e faz? Não daria para serem menos burros? Quanto mais nos deixamos entender a política de vocês, eleva-se o grau de nojo e degeneração, tornando o entendimento da vossa como algo monótono e violento, só assimilado por velhas múmias iguais na continuidade da vossa velhice já sem expectativa alguma de prazer. E infelizmente a cultura é cara e depende da vossa compreensão, o que a torna sem expressão no pergaminho do vosso "Bertoldo brecha"! Triste. Fumaça sem saber, história ou paixão. A que ponto chegamos! E o espectador com isso? Lamentavelmente é formado pela vossa arrogância, burrice e ignorância pois nos orgãos públicos ligados a cultura só colocam despreparados, deslumbrados ou idiotas sedentos de poder! O cinema meus caros, além de viver sensações nobres, trabalha o humano e a história como lógica de um raciocínio dialético, mais que necessário nos dias de hoje. Falo aí das preciosidades da poesia, e não das pobres imagens do cinema de mercado. Cinema este o de mercado só interessado na comediazinha idiota e no dinheiro fácil. Ou seja, não é cinema mas um castigo a trabalhada ingenuidade do espectador que paga caro para ser enganado. E que uma vez absorvido pela alienação do mercado, torna-se uma representação da repetição, ao bel-prazer da propaganda! E aí, bom é o que vem de Hollywood ou da TV. O tal do cinema televisivo, que é na verdade o deboche do deboche com o espectador. O cinema como o velho eletrochoque no "tratamento" da loucura, instaurando o esquecimento da história, do país e de si próprio. Enfim, um ser sem vontade própria procurando tempos e imagens diferentes do seu mundo sem tempo ou imagem. E, é esse deslocamento sem movimento próprio, que tenta impor o espetáculo pelo espetáculo impondo vedetinhas, violência, cores fortes, sons e até imagens desconcertantes se necessário. O importante é exorcizar o que lhe resta de sonho transformando-o num fantasma esvaziado e desamparado. E nesse desconcerto do seu Eu: o caminho do hospital, hospício ou cemitério. Ou então, se acomoda como espectador passivo! É o belicoso sentido do espetáculo. Que me desculpem os cinéfilos que vivem da sublimação da fantasia. O cinema de mercado como a religião sabem sim reabsorver o infeliz que não se suporta e transformá-lo num pateta fanático, tornando-o um desnecessário eficaz a histeria religiosa agora imposta!Triste momento esse do nosso país! LUIZ ROSEMBERG FILHO